TU ME AMAS?

No tranquilo litoral, onde as ondas dançavam ao sopro suave da brisa, uma cena de profunda humanidade e redenção se desenrolou. Pedro, o destemido pescador de almas, estava diante de seu Mestre, Jesus Cristo. O sol, ainda tímido no horizonte, testemunhava o encontro entre esses dois homens, um momento que ecoaria através dos séculos.

Jesus, com olhos ternos e voz serena, dirigiu-se a Pedro com uma pergunta simples, mas penetrante: "Tu me amas?" (João 21:15). João 21 relata este momento, onde Pedro, por três vezes, recebeu a mesma indagação de seu Senhor. Três vezes Pedro respondeu, cada vez mais convicto, e em cada resposta, Jesus reafirmava sua missão: "Então apascenta as minhas ovelhas" (João 21:16).

Neste episódio, há uma profunda reflexão sobre o amor e a fragilidade humana. Pedro, o discípulo fervoroso, experimentou a dor de negar aquele a quem amava. Ele estava lá quando Jesus operava milagres, quando ensinava multidões, quando enfrentava oposição. Mas no momento de maior aflição, ele falhou.

Quantas vezes nos identificamos com Pedro? Quantas vezes prometemos lealdade e amor, apenas para falhar em momentos cruciais? Quanta dor Pedro deve ter sentido ao ouvir o canto do galo e encontrar o olhar decepcionado de seu Mestre? (Mateus 26:69-75)

No entanto, a história não termina ali. Assim como Pedro, somos convidados a nos encontrar com Jesus ao amanhecer. Ele nos busca em nossa fraqueza, restaura-nos em nossa dor e nos alimenta com seu amor incondicional.

O encontro na praia entre Jesus e Pedro é um símbolo poderoso de redenção e restauração. Enquanto Pedro estava lá, desanimado e frustrado, Jesus apareceu com uma mensagem de esperança. "Filhos, joguem a rede do outro lado", ele disse. E no momento em que Pedro obedeceu, a pesca foi abundante (João 21:3-6).

Assim como Pedro, somos chamados a lançar nossas redes para o lado que Jesus nos orienta. Ele nos mostra que, mesmo em nossas maiores falhas, há uma nova oportunidade esperando por nós ao amanhecer. Seu amor não é condicionado à nossa perfeição, mas é uma fonte constante de restauração e perdão.

Naquela manhã, à beira do mar, Jesus preparou uma refeição para seus discípulos. Ele não estava preocupado apenas com sua fome física, mas com sua fome espiritual. Ele queria alimentá-los com seu amor e sua presença reconfortante (João 21:9-13).

E assim como naquela praia, Jesus continua a nos encontrar em nossos momentos de desespero e fracasso. Ele nos oferece seu amor, seu perdão e sua graça abundante. Ele nos restaura, nos liberta e nos convida a apascentar suas ovelhas com amor e compaixão.

Portanto, assim como Pedro, somos chamados a responder à pergunta de Jesus: "Tu me amas?" Não com palavras vazias, mas com ações concretas de amor e serviço ao próximo. Pois é no amor ágape, no amor sacrificial e incondicional de Cristo, que encontramos verdadeira redenção e significado para nossas vidas.

Nesta quarta da Palavra, somos envolvidos por uma mensagem que toca o cerne do nosso ser: o amor do Senhor. Em meio às nossas falhas e fraquezas, Ele continua a nos amar incondicionalmente, como só Ele sabe fazer. E é nesse contexto que somos desafiados por uma pergunta poderosa: "Tu me amas?"

É como se o próprio Deus, em toda a sua magnificência, nos olhasse nos olhos e nos perguntasse sobre o amor mútuo que nos une. Não é uma questão simplesmente retórica, mas uma provocação profunda que nos leva a refletir sobre o nosso relacionamento com Ele.

Essa pergunta ressoa em nossas almas, fazendo-nos revisitar nossas experiências, nossos momentos de fraqueza e nossas tentativas de seguir o caminho traçado por Ele. É um convite para examinarmos o estado do nosso coração e nos reconectarmos com a essência do amor divino.

É como se o Senhor estivesse nos lembrando de que, apesar de todas as nossas imperfeições, Ele continua a nos amar incondicionalmente. E é esse amor que nos capacita a seguir em frente, a superar nossas limitações e a nos tornarmos quem Ele deseja que sejamos.

Portanto, nesta quarta da Palavra, somos desafiados a responder com sinceridade e convicção: "Sim, Senhor, eu te amo." E que essa resposta não seja apenas uma declaração de palavras, mas sim uma expressão genuína de um coração transformado pelo amor divino.

Deus abençoe sua casa, sua vida, sua família.

Magda Lima
Abba Church Marlboro