O Voluntariado de Jesus
Nossa jornada espiritual é frequentemente marcada por buscas e descobertas. Uma das verdades mais profundas que encontramos nas Escrituras é a natureza servidora de Deus, demonstrada de forma suprema em Jesus Cristo. Em João 13:12-15, 17, encontramos um retrato poderoso de serviço, onde Jesus, após lavar os pés dos discípulos, destaca a importância de seguir seu exemplo. Esta passagem não é apenas um chamado ao serviço, mas um convite para mergulhar no coração de nossa fé.
Deus procura aqueles que verdadeiramente desejam servir. Isso é evidente na vida de Jesus, que não veio para ser servido, mas para servir (Mateus 20:28). Servir, na visão cristã, é um ato de adoração e entrega. Quando servimos, não apenas realizamos tarefas; nós demonstramos nosso amor por Deus e pelas pessoas.
O verdadeiro serviço flui de um coração transformado pelo amor. Esse amor é ativo e visível. Como Jesus nos ensinou, o amor que não se manifesta através de ações concretas pode ser questionado em sua autenticidade. Servir é, portanto, uma forma prática de amar. Quando servimos aos outros, afirmamos nosso compromisso com eles e com Deus, solidificando nossa fé através de atos tangíveis de bondade e compaixão.
Por que, então, algumas pessoas resistem ao serviço? A resposta pode estar no medo de perder o status ou no desconforto de se colocar em uma posição de humildade. Jesus abordou essa questão diretamente, enfatizando que ser discípulo significa seguir o caminho do mestre, e esse caminho é de serviço e humildade.
Durante a Última Ceia, um momento de profundo significado teológico e emocional, Jesus escolheu servir. Ele lavou os pés de seus discípulos, uma tarefa reservada aos servos mais baixos na hierarquia social da época. Esse ato foi uma demonstração física da mensagem espiritual que ele veio ensinar: o reino de Deus se manifesta não através do poder e da autoridade, mas através do serviço e do sacrifício.
Quando servimos, não apenas fazemos algo pelos outros; nós nos tornamos algo mais plenamente. O serviço molda nossa identidade como seguidores de Cristo. Nos tornamos o "próximo", o amigo, o irmão e a irmã para aqueles ao nosso redor. Servir nos ajuda a perceber que fazemos parte de um corpo maior, a igreja, cuja essência é o amor e o serviço compartilhados.
Servir pode ser desafiador. Pode exigir que deixemos de lado nossos próprios desejos e conforto. No entanto, as recompensas são imensas. No serviço, encontramos a verdadeira liberdade e alegria que vem de estar em sintonia com Deus e com nossos semelhantes. Servir nos permite experimentar a fé de uma maneira que a teoria ou a doutrina por si só não podem proporcionar.
Assim, voltamos ao coração da nossa reflexão: Deus procura corações voluntários que amam de verdade. Ele nos chama a viver de acordo com o exemplo de Cristo, servindo uns aos outros com humildade e amor. No final, servir é mais do que uma ação; é uma forma de vida, uma expressão da verdadeira natureza de Deus manifestada em nós.
Este é o convite que Jesus nos faz, um convite que ecoa ao longo das eras e que hoje nos ressoa com a mesma urgência e profundidade. Ele nos convida a adotar uma vida de serviço, seguindo seus passos, para que através de nossos atos de bondade e sacrifício, possamos revelar a face de Deus ao mundo.
Quando Jesus nos chama para servir, ele não está apenas pedindo nossa ajuda; ele está convidando-nos à transformação pessoal. Servir muda a forma como vemos o mundo, como interagimos uns com os outros e, fundamentalmente, como compreendemos a nós mesmos. Através do serviço, podemos crescer em nossa fé e aproximar-nos mais do caráter de Cristo, que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos" (Mateus 20:28).
Muitas vezes, encontramos barreiras internas e externas ao serviço. Pode ser o medo do julgamento, a relutância em sair da nossa zona de conforto, ou simplesmente a falta de tempo. Contudo, cada obstáculo superado é uma vitória sobre nosso egoísmo e um passo adiante em nossa jornada espiritual. É essencial reconhecer que servir não é sempre fácil ou conveniente, mas é sempre enriquecedor e transformador.
O serviço também tem uma dimensão comunitária. Ele nos conecta com outros, construindo pontes onde antes havia isolamento. Em uma comunidade, cada ato de serviço contribui para uma tapeçaria de cuidado e apoio mútuo. A igreja, vista como o corpo de Cristo, é mais eficaz quando cada membro serve de acordo com seus dons e vocação. O serviço fortalece a comunidade e espelha o reino de Deus na terra.
Finalmente, é importante entender que o serviço tem uma dualidade: ele beneficia tanto o receptor quanto o doador. O ato de servir nos transforma, purifica nossos corações e renova nossas mentes. Ele nos ensina sobre humildade, sacrifício e amor incondicional—qualidades essenciais do caráter de Cristo que somos chamados a imitar.
Assim, convido você, leitor, a refletir sobre sua própria vida de serviço. Como você pode servir melhor aqueles ao seu redor? Como pode transformar seu serviço em uma expressão viva do amor de Deus? Que este texto não seja apenas uma leitura, mas um chamado à ação. Que possamos todos nós, inspirados pelo exemplo supremo de Jesus, buscar servir de todo o coração, vivendo não para nós mesmos, mas para aqueles que Deus colocou em nossos caminhos.
Este é o verdadeiro chamado do cristão: não apenas acreditar, mas agir; não apenas professar fé, mas demonstrá-la através de um serviço amoroso e sacrificial. Vamos juntos embarcar nessa jornada de serviço, permitindo que cada passo que damos em direção ao outro seja um passo em direção a uma vida mais plena e abençoada em Cristo.
Deus abençoe sua casa, sua vida e sua família!
Magda Lima
Abba Church Marlboro
(texto adaptado da ministração do Pr. Benhour Lopes, Quarta-feira, 8 de maio de 2024)